Lealdade e Império – Parte 1

Esta é uma pequena história passada em Lenda dos Cinco Anéis que estou escrevendo, uma fanfic, se preferir o termo. Ela se passa depois da cronologia atual do Card Game, aproveitando as ideias do que seria a Onyx Edition, onde Daigotsu Kanpeki e o Clã da Aranha, com a ajuda do Jigoku, entraria em guerra com Rokugan. É um conto curto, pretendo postar uma parte por semana, mas não é um compromisso.

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Lealdade e Império

É um conhecimento geral, desde as Areias Escaldantes, passando pelos Reinos de Marfim e até mesmo no distante reino de Thrane, que os samurais de Rokugan possuíam uma vasta história sobre guerras e conflitos. Havia A Batalha do Gamo Branco, quando expulsaram os gaijin de Thrane da Baía do Sol Dourado, ou então a Vitória Sem Golpe, de muito tempo atrás, quando as Garças interviram na primeira guerra entre o Leão e a Fênix. Em uma escala maior houve a Guerra da Destruidora, quando o Império precisou se unir contra as forças de uma deusa estrangeira, além da tão emblemática Guerra dos Clãs, quando Rokugan se viu em uma enorme guerra civil.

Esses são nomes para os que vieram depois. Referências as quais os historiadores, os bardos e os professores utilizavam para passar adiante a cultura superior do Império Esmeralda. No momento do conflito, para os samurais que viviam e morriam pelos seus Clãs, uma guerra era apenas uma guerra. Inominável, letal e gloriosa.

Mas aquele conflito era diferente. Bayushi Tetsuro não sabia de quem havia sido a ideia. Talvez de uma Garça dramática, ou então de uma Fênix preocupada. Mas a verdade é que mesmo ele em seu cinismo escarlate não podia deixar de pensar sobre o nome. Era um nome agourento, respeitado pelo Caranguejo mais turrão, ponderado com sofreguidão pelos Dragões e temido como praga pelos ashigaru que não sabiam o que era melhor naquele confronto: morrer ou viver.

Aquele era um combate onde tudo seria decidido. Onde não só o Império, mas também o Tengoku teria a sua existência contestada; o último conflito de uma guerra que já se demorava demais.

Nenhum sangue havia sido derramado no Kaia no Kin, o Rio de Ouro, mas suas águas já eram escarlates e o que acontecia ali já havia sido batizado.

Chamavam de A Batalha do Fim do Mundo.

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Por Renan Barcellos

A Queda do Forte Belkarrar – Conto de fantasia medieval

Escrito por Renan Barcellos em 2008

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O comandante estava em pé, numa das áreas mais altas do forte Belkarrar. Olhava, com certo pesar, para a planície logo à frente da região montanhosa em que a fortificação se situava.  Aquela era uma posição estratégica para o reino de Dwyrain, pois defendia um dos únicos caminhos conhecidos por entre a Serra dos Dois-Passos. O militar refletiu sobre aquele nome decerto agourento, sabia que histórias contadas por gerações diziam que era impossível não encontrar algo mortal após um simples caminhar. Suspirou. A cadeia de montanhas era decerto perigosa, mas as pessoas da região têm o costume de aumentar uma historia toda vez que ela é contada.

Ele deu um murro na murada, mal se dando conta dos pequeninos pedaços de pedra que se desprenderam do bloco polido sob o áspero contato de sua manopla de metal. Aquele golpe representava toda a sua frustração, possuía toda a amargura que poderia canalizar em seus músculos. Olhou novamente para a o horizonte, não com a esperança de quem procura por boas novas, mas com uma calma melancolia de quem sabe que o fim se aproxima e o aceita. A planície, desde sete dias atrás, estava apinhada de inimigos, o horizonte desabrochava em um pontilhado de homens que formavam uma tropa de assalto do exército Thraslin – nome atribuído aos moradores de Thraslia – composta por pelo menos três mil e quinhentos soldados, prontos para matar todos os que estavam no forte que guardava a única rota segura através da serra. Continuar lendo